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Vera Maria Tietzmann

Destinado ao público infantil, Chico Moleque, um sonho de liberdade, de Maria Luiza Batista Bretas, foi inspirado em conversas que a autora manteve com José Antônio Moraes Silva, descendente do legendário fundador do Cedro, antigo quilombo situado no sudoeste de Goiás. Aliás, quase todos os membros dessa comunidade são, de alguma forma, descendentes de Chico Moleque.
Em sua origem, o Cedro difere de outros quilombos disseminados pelo interior do Brasil porque não começou como um esconderijo de negros fugidos devido a maus tratos. Era, antes, a concretização de um sonho. Seu fundador, escravizado em menino, amealhou economias por décadas, trabalhando em suas escassas horas livres, até poder comprar a própria liberdade, a de sua família e adquirir um pedaço de chão.
É essa história de tenacidade e de amor à terra que Maria Luiza Batista Bretas conta neste livro. Seu texto valorizou-se muito com o original projeto gráfico e com as ilustrações de Santiago Régis, que soube tirar partido dos subentendidos que a história propiciava, trabalhando com os aspectos simbólicos de cores e imagens. A leitura da ilustração, portanto, também se apresenta ao leitor como uma atração e um desafio.
Hoje em dia, quando no Brasil temos consciência do papel do negro na formação da nossa cultura e da nossa nacionalidade, a história de Chico Moleque se oferece como uma preciosa opção de leitura para alunos do Ensino Fundamental, especialmente nas escolas do estado de Goiás, onde ele viveu.

BRETAS, Maria Luiza Batista. Chico Moleque, um sonho de liberdade. Ilustração e projeto gráfico de Santiago Régis. Goiânia: Cânone Editorial, 2016.

 Comentário: Vera Maria Tietzmann Silva