Nas dobras da memória

Pode parecer que nossa vida diária é banal, despidade interesse. Para que contá-la? Quem haveria delê-la? Temos a impressão de que nada acontece conosco,só com os outros, com os famosos. Mas não é bem assim.

Contando as histórias de família recuperamos nossasorigens, conhecemos antepassados que nos precederame, com eles, conhecemos também o seu tempo e a suacultura. Mais: descobrimos aquelas facetas de personalidade,preferências e habilidades que nos legaram e quehoje se manifestam em diversos descendentes na cor doscabelos e olhos, bem como nos gestos, manias e hábitos.

Desentranhar o passado escondido nas dobras da memóriae trazê-lo até o presente por meio de narrativas éuma experiência prazerosa que fortalece os laços familiarespelo compartilhamento de saberes e de emoções,reforçando a identidade tanto de contadores como deouvintes. Contar, escrever ou ler memórias de famíliaé transitar entre o vivido e o inventado, é lançar umanova luz sobre personagens que vivem no nosso sangue edescobrir que, afinal, as histórias mais importantes sãomesmo as nossas.