Omar Carneiro empreende o exercício lírico, “como se fosse uma flor/ cumprindo a primavera”, lembrando Cecília Meireles. Parece que jamais acreditou na importância de sua arte ou então ela cumpria apenas um apelo interior de exteriorização solitária, para consumo próprio. Esse mel não era destinado a uma colmeia estética. Era, quem sabe, muito mais para adoçar um pouco a existência de um médico cardiologista, fadado a colher o último suspiro de peitos agonizantes. Mesmo o de amigos que lhe deixaram marcas indeléveis em poemas. Irredutível em sua conduta de avareza lírica, ainda sonegando esse poeta existencialista (dos maiores que conheci em Goiás) o ouro de uma produção que merece ser (re)conhecida, eis agora Omar Filho salvando os últimos resquícios desse tesouro. Apenas o que pôde ser alcançado por ele. O leitor receberá pouco mais de trinta peças de indiscutível qualidade estética, quando poderia usufruir de uma extensão lírica muito maior, daquele que publicou poemas desde 1957, em três jornais de Goiânia.
Especificações | |
Autor(a) | Omar Carneiro |
Número de Páginas | 84 |