Exclusão Social e Microrresistências

Nossa linguagem em uso, arena de “embates” de significados, constrói uma série de categorias e sistemas de classificação que, concebidos segundo oposições binárias, produzem as conhecidas matrizes dicotômicas reguladoras da vida social. Entre tantas outras, identidade/diferença; normal/anormal; saudável/doente; verdadeiro/falso. A rigidez dos rótulos, submetidos a múltiplos mecanismos de solidificação, termina por traçar fronteiras entre indivíduos, grupos e práticas, tendo como efeito mais visível a sustentação de referências “seguras” e “fixadas” presentes nos atos de exclusão/inclusão, questão que tem sido amplamente debatida nas Ciências Humanas.

Esta coletânea busca contribuir para a reflexão em andamento sobre essa questão, da perspectiva dos Estudos da Linguagem e do foco no fator discursivo. Debruçando-se sobre uma variedade de contextos institucionais (midiático, educacional, jurídico e legal, entre outros) e não institucionais, os capítulos aqui reunidos, ao discutirem como, em nossa atividade discursiva diária, inventamos e fazemos dizer e agir os padrões de inteligibilidade de nossa experiência social, ganham alcance interdisciplinar, sendo pertinentes às áreas de Linguística Aplicada, Ciências Sociais, Educação e Comunicação.